quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Lewandowski desmonta a farsa do mensalão

SEN-SA-CI-O-NAL o voto do ministro revisor; desmontou toda a farsa que todos os magistrados fingiam não notar. A sessão já começou mal com o pior desempenho de JB, desde o início do julgamento. O máximo que deu para concluir de seu voto é que JD estaria condenado por idealizar uma fábrica de nióbio enlatado. Não entendi nada do que ele queria dizer ao misturar nióbio, com visita a uma fábrica de enlatados e uma viagem a Portugal.

Qdo eu era mais nova, tinha uma brincadeira que falava de um poema: Plantei uma bananeira/ cresceu um pé de alface/briguei com meu amor/ e vendi minha bicicleta; era non sense mas levava a amada ao amante, só pq era um "poema". Era assim que o STF estava conduzindo esse julgamento e foi isso que o Lewandovski, desmontou com a fábula do elefante e os cegos. 

Eu nunca havia visto nada parecido com isso mas tb, nunca havia visto uma corte de exceção, embora pudesse imaginar como seria. O que eu jamais poderia, sequer, imaginar, era um cara sozinho, desarmando tudo. Não ficou nada; o revisor, não deixou pedra sobre pedra; denunciou tudo o que a blogosfera vem denunciando há anos. Mas esse não é o ponto; o principal é ter devolvido, com seu voto, o Direito, aos trilhos. O respeito aos réus, a individualização das condutas, a postura do magistrado... Caramba, era um juíz. E imagino que para desafiar a corte, esse ministro tenha chegado ao limite e, vamos combinar que se limite é bem elástico. Essa denúncia era mesmo uma droga e, do mesmo jeito que, a gente, aqui, na blogosfera já sabia, os demais magistrados, tb sabiam. E isso nos remete a outra fábula, a das Vestes Novas do Rei, já que, enquanto, alguém não anuncia a nudez do rei, os demais não a percebem.

O voto do revisor, valeu, sobretudo, para que muitas pessoas que acreditam que o fundamento jurídico é a chave do sucesso, possam perceber, a partir da fábula do elefante, que, o conhecimento que nós temos da vida, do chão ( nossa esquina, botequim, caminho ), podem fazer toda a diferença, até no maior processo da História intergaláctica. É óbvio, que o ministro Lewandovski, não tem a vida ou a trajetória parecida com a de qq um de nós mas, também é óbvio, que o decisivo em seu voto, ele foi buscar em algum lugar que não os livros de Direito. E pq ele faz isso? Pq um magistrado, de verdade, traz o Direito às pessoas; faz com que elas compreendam o que não podem jamais alegar desconhecer. Ele ensina que o que vc sente, vê e conhece tb tem valor. Quando usa do "juridiquês", faz questão de traduiz-lo para os telespectadores. O que o ministro Lewandovski fez hoje, foi aproximar o Direito da sociedade; quebrou correntes, rompeu mitos, traiu o elitismo acadêmico e confirmou que o sentir popular não é diferente do sentir dos magistrados; se um juiz pode dizer "a meu sentir", qq um de nós tb terá validado esse sentir mesmo que sem poder de decisão; uma vez que esse será facultado aos indicados. De toda sorte, o sentir é o mesmo e foi isso que o Ministro Lewandovski, nos ensinou hoje.

É, claro que, os que me conhecem já sabem que, se, amanhã, esse mesmo ministro condenar José Dirceu, eu vou fazer uma leitura Barbosiana desse que eu exalto aqui, hoje. Essa é a vida; essa é a política mas, aquilo que vimos hoje, é o Direito.

Nem vou me alongar aqui, pq depois desse voto, posso escrever até amanhã mas a defesa que o Lewandovski fez da política foi emocionante. Nem de longe parecida com o pronunciamento da Ministra Carmem Lucia, embora, ele a tenha citado. Ele diz que o aval de Genoíno era MORAL ( e a gente sabe que era ); quem, no Brasil de hoje, ousaria colocar na mesma frase, político e moral? Mas ele segue, era o maior partido nacional, com mais de um milhão e duzentos filiados ( isso é respeito a política e a construção partidária ). MAM, rebate, daqui a pouco V. Excia, vai dizer que o PT não fez nada ( o sei lá o quê )... O ministro revisor, na maior calma segue o seu voto e dispara, me tragam as provas e eu altero o meu voto! Ah, gente, o que que é isso, hein???? O cara arrasou! Mais do que qualquercoisa, ensinou como romper, sem stress ( nosso, né; ele deve ter pirado ), com o que parece consolidado; não acho; não, a meu ver; no meu entendimento diverso, com a devida venia... Na maior tranquilidade, o cara bagunçou com o plenário golpista. Amanhã, não; hoje. Quero colaborar com os trabalhos do plenário... Estragou todo o cronograma de esculhambação das eleições e isso, sem levantar a voz. Detonou sete anos, de trabalho máfio-midiático em 40 minutos, sem gritar, sem ameaçar, na maior diplomacia... Ah, eu tô passada; o cara é peitudo mesmo. Se amanhã, ele não fizer o dobro com o JD, eu vou xingar ele mas, a doçura e o respeito devotados a Genoíno, nenhum brasileiro tem o direito de esquecer. Vamos ficar devendo essa lição ao ministro Lewandovski.

Por Cristiana Castro

2 comentários:

  1. Meu Deus, esse teu texto... sei que inteligência existe dos dois lados, mesmo sem conseguir explicar como uma não anula a outra na disputa pela razão absoluta, por isso prefiro pensar que a tua indiscutível inteligência só pode estar sendo corrompida pela tua emoção, ou qualquer outro fator que não venha da parte de cima do pescoço, quando defende José Dirceu e as demais coisas em questão. Os exageiros do relator são tão óbvios quanto os exageiros do revisor. É um circo e, ao contrário do que muitos pensam, pessoas idôneas também gostam de aparecer. Pessoas gostam disso. São pessoas. Não sou do meio jurídico. Não sei nada de direito. Mas gostaria de saber quem é você.

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