quinta-feira, 7 de novembro de 2013

AP 470 (MENSALÃO) UM JULGAMENTO MEDIEVAL


A edição de dezembro de Retrato do Brasil será um número especial de cerca de 100 páginas sobre o chamado “mensalão” (AP 470). Nela, a revista republicará a série de grandes reportagens que fez sobre o assunto ao longo dos últimos dois anos. E, em um ensaio de abertura e num índice com o histórico do desenvolvimento dessas investigações, procurará responder a duas questões que têm intrigado muitos de nossos leitores:



1) Como chegamos à conclusão de que o pilar da acusação contra os chamados “mensaleiros” é um suposto desvio de 73,8 milhões de reais do Banco do Brasil que, como apontamos em nossas matérias, não existe? 
2) Por que, embora defendidos por alguns dos maiores advogados criminalistas do País, os acusados não organizaram sua defesa de modo a denunciar esse absurdo julgamento de tipo medieval, ao fim do qual podem acabar condenados por um crime cuja materialidade não foi comprovada?

Ao mesmo tempo, neste mês, Retrato do Brasil procura dar início a um esforço de reorganizar seus trabalhos jornalísticos com vistas a ampliar o número de seus colaboradores. Com esse objetivo, vamos procurar criar uma rede de discussão de nossas pautas mensais que se estenda além do núcleo de redação da revista, hoje formado por não mais de uma quinzena de profissionais, entre trabalhadores de tempo integral e colaboradores.

Achamos então que a elaboração do ensaio para RB de dezembro é uma oportunidade para convidar esses eventuais novos colaboradores. Com esse propósito, divulgamos nossos planos iniciais para o ensaio que incluem: 

 recapitular o contexto no qual o mensalão se desenvolveu;

 mostrar o enorme impacto que as revelações sobre o esquema de distribuição clandestina de dinheiro efetivamente realizada pelo PT tiveram sobre os petistas e seus diversos tipos de apoiadores; 

 mostrar as implicações, na história do mensalão, do caminho que o partido escolheu para governar após ter abandonado o movimento “Fora FHC” em 1999 e ter escrito a Carta ao Povo Brasileiro em 2002;

 mostrar as repercussões das lutas internas do partido na definição da sua estratégia de defesa quando as acusações do mensalão surgiram;

 destacar o papel decisivo da grande mídia conservadora na criação da chamada opinião pública e na caracterização do mensalão como um crime de desvio de dinheiro público;

 e, finalmente, tentar explicar porque, a despeito das enormes possibilidades criadas para a divulgação de informações alternativas pela internet, não houve uma resposta do partido no poder no sentido de fazer prevalecer um fato tão básico como o de que não houve desvio de dinheiro público.

Abaixo, vídeo didático divulgado no mês passado, com narração do escritor e jornalista Fernando Morais. Nele, um apanhado da investigação de Retrato do Brasil. 

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